“O estresse é o resultado de o homem criar uma civilização, que, ele, o próprio homem não mais consegue suportar.”(Selye, 1988).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o estresse é considerado como a “Doença do Terceiro Milênio”. Pessoas jovens, em idade produtiva, geralmente executivos (60%) de cargos de grande responsabilidade e estudantes (35%) se tornam doentes e improdutivos. A cidade de São Paulo apresenta a maior incidência mundial de perturbações mentais (30% aproximadamente) entre 24 cidades de diversos países analisadas pela OMS.
Sintomas e sinais do estresse crônico:
- Ansiedade
- Tensão
- Angustia
- Insônia
- Alienação
- Dificuldades interpessoais
- Preocupação excessiva
- Dificuldade de foco e concentração
- Sudorese
- Memória fraca
- Tensão muscular
- Taquicardia
- Hipertensão
- Hiperatividade
- Nausea
- Pé e mãos frios
- Irritabilidade
- Hipersensibilidade emotiva
Além destes sintomas consequências negativas podem surgir como o aumento do hormônio cortisol. Veja o vídeo com Dr. Bryan Walsh, médico naturopata americano, fala sobre como o estresse crônico altera o hormônio cortisol e prejudica a saúde:
O Sistema Nervoso Autonômico (SNA) executa as funções inconscientes do organismo como respiração, batimento cardíaco, sudorese, pressão arterial, etc. É regulado pelos centro medulares, núcleos do tronco encefálico e hipotálamo. Composto por três sistemas:
- Sistema Nervoso Simpático (SNS): os neurônios do sistema simpático aceleram o organismo liberando adrenalina, noradrelanina e acetilcolina. Interligam os neurônios do Sistema Nervoso Central (SNC) por meio de sinapses com a medula da coluna vertebral. Responsável pelo clímax sexual, excitação recreacional e vocacional, mobilização (alimento, luta/fuga, sexo), alerta diurno, atividade muscular e metabolismo.
- Sistema Nervoso Parassimpático (SNPS): tem função de relaxamento orgânico, suas células são provenientes do nervo vago, com receptores colinérgicos nicotínicos e muscarínicos. É responsável pelo descanso e regeneração, estados meditativos, excitação sexual, metabolismo baseline (coração e respiração de assimilação).
- Sistema Entérico: é uma rede de neurônios que integram o sistema digestivo (trato gastrointestinal, pâncreas e vesícula biliar). Os Sistemas Nervosos Simpático e Parassimpático são capazes de inibir suas funções.
O Sistema Nervoso Autonômico (SNA) tem um forte efeito sobre os batimentos cardíacos, acelerando e desacelerando a freqüência cardíaca. Vários neurocientistas estudaram o comportamento da variedade da freqüência cardíaca (VFC) com a atividade e integralidade do Sistema Nervoso Autonômico (SNA) para os fatores de risco cardiovascular como aumento da gordura abdominal, hiperglicemia, diabetes e pré-diabetes, pressão arterial elevada e os estados emocionais (estresse).
Não somente o Sistema Nervoso Autonômico (SNA) está envolvido no processo do estresse crônico mas também o sistema límbico, pois é a região do cérebro responsável pelas emoções denominada lobo límbico. Suas principais estruturas tem por função o controle das emoções.
- Amígdala: está ligada ao Hipocampo, identifica o risco à sobrevivência, risco de morte, gerando medo e ansiedade. Deixa o indivíduo pronto para fugir, lutar ou congelar. Se comunica com Hipocampo e Córtex pré-frontal.
- Hipocampo: centro da memória de curta duração para de longa duração. Compara situações atuais com outras já conhecidas e gravadas.
- Tálamo: reações emocionais do indivíduo, comportamento. Comunica-se com área pré-frontal, Hipotálamo, Hipocampo e ao Giro cingulado.
- Hipotálamo: controla o comportamento, temperatura, apetite e sede, funções vegetativas. Se comunica com todo sistema límbico. Liga-se ao sistema endócrino respondendo a secreção de neuro-hormônios.
- Giro cingulado: responsável pelos odores e visão como memórias agradáveis e desagradáveis, reação à dor e comportamento agressivo.
- Tronco cerebral: responsável pelas reações emocionais, possui neurônios secretores de norepinefrina.
O sistema límbico por meio do Sistema Nervoso Autonômico (SNA) comanda as reações comportamentais necessárias a sobreviveria da espécie
Em 1978, cientistas mostraram a associação de maior risco de mortalidade pós-infarto com variação freqüência cardíaca (VFC) reduzida. A desaceleração do coração se dá pelo neurotransmissor acetilcolina e a aceleração pelos neurotransmissores adrenalina e noradrenalina no Sistema Nervoso Autonômico (SNA).
Um estudo com 300 mulheres saudáveis, entre 30 a 65 anos, mostrou que fatores sócio demográficos influenciam na variedade da freqüência cardíaca (VFC) com o aumento de emoções negativas causadas pelo isolamento social. As emoções negativas influenciam na variação freqüência cardíaca (VFC) causando desequilíbrio no sistema simpático e parassimpático.
Em 2000, pesquisadores fizeram avaliação de 5 minutos da variação freqüência cardíaca (VFC) em 92 pessoas saudáveis de ambos os sexos e utilizaram um questionário de auto avaliação da ansiedade e do estresse. Descobriram a relação entre estresse crônico e a variação freqüência cardíaca (VFC). Quanto maior o estresse menor a variação freqüência cardíaca (VFC).
Por outro lado, o estado de coerência cardíaca é aquele em que a variação freqüência cardíaca (VFC) é máxima, através de um estado psicofisiológico alcançado quando se obtém perfeita sincronia entre a respiração, a freqüência cardíaca e a pressão arterial, ocorrendo um controle das funções hormonais e imunológicas. Levando ao estado de equilíbrio do Sistema Nervoso Autonômico (SNA).
São inúmeras as aplicabilidade da coerência cardíaca por biofeedback:
Abaixo o quadro mostra o gráfico em “Caos”quando há estresse e a “Coerência Cardíaca” já em equilíbrio.
Quando a mente, o corpo e as emoções entram num estado de harmonia, há uma comunicação saudável do nosso coração com o cérebro. Essa harmonia se dá de forma consciente, por meio de técnicas de respiração em uma frequência muito bem controlada e sinalizada pelo treinamento de biofeedback, e também pela concentração mental e desenvolvimento consciente de emoções positivas com foco no coração. Assim, os exercícios de biofeedback monitorados por computador conduzido por um profissional habilitado ajudam a equilibrar as emoções, com repercussões positivas na pressão sanguínea arterial e no sistema hormonal, Sistema Nervoso Autonômico e Sistema Imunológico.
Para maiores informações sobre tratamento do estresse crônico e outras patologias neurológicas entre em contato com a Clínica Higashi pelos telefones (21) 3439-8999, Rio de Janeiro ou (43) 3323-8744, Londrina.
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