A descoberta da toxina botulínica se deve ao Dr. Edward J. Schantz, que na década de 60, junto com o Dr. Alan B. Scott, oftalmologista, buscava uma alternativa terapêutica não invasiva para o estrabismo. O primeiro trabalho publicado foi em 1973, que demonstrou que a toxina botulínica tipo A era uma alternativa eficaz para o tratamento do estrabismo. Nesta mesma época, Dr. Scott recebeu autorização pela FDA (Food and Drug Administration, EUA) para administrar a toxina em seres humanos.
A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida por uma bactéria anaeróbia chamada Clostridium botulinum. Em condições ideais está bactéria produz sete sorotipos de toxinas (denominados de A, B, C, D, E, F e G), somente A, B e F são para fins terapêuticos.
Hoje a terapia de aplicação de toxina botulinica está indicada no tratamento neurológico da espasticidade (rigidez muscular), estrabismo (desvio de alinhamento dos olhos), espasmos, distonia (contrações involuntárias), migrânea crônica (dor de cabeça), hiperidrose (suor excessivo), incontinência urinária causada por hiperatividade neurogênica da bexiga.
A ação da toxina botulínica está diretamente ligada ao potencial de relaxamento dos músculos. Muitos estudos do Dr. Scott realizados no final década de 70 comprovaram que aplicada certa quantidade da toxina botulínica em músculos com movimentos anormais estes movimentos cessariam e em casos de rigidez muscular o músculo relaxaria e ficaria mais funcional. Aplicada diretamente nos músculos comprometidos, a toxina provoca um relaxamento e bloqueia a atividade motora involuntária, o que reduz a dor e aumenta a amplitude de movimento dos pacientes. Aumentando a eficácia de recuperação terapêutica.
Aplicações feitas com Botox para relaxamento muscular em paciente na Universidade de Dublin, veja o vídeo abaixo:
Aplicação de toxina botulínica na distonia:
A distonia é um distúrbio neurológico que gera contrações involuntárias. Tem causas diversas como: genética, congênita, medicamentosa, contaminação por metais pesados, hiperglicemia do diabetes, Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo craniano, encefalite ou LER (lesão por esforço repetitivo).
As crises de contrações musculares causadas pela distonia são dolorosas e estressantes para o paciente.
Entrevista da Dra. Donnica Moore, médica neurologista, ao canal ABC News, fala sobre a distonia e o tratamento com aplicações de toxina botulínica para alívio dos sintomas:
Aplicação de toxina botulínica na espasticidade:
A espasticidade é uma desordem neurológica que atinge o primeiro neurônio motor, ou seja, a funcionalidade do músculo causada por uma lesão no sistema nervoso central a qual inclui o cérebro e a medula espinhal, lesões nestas regiões levam a rigidez muscular e aumento do reflexo nervoso o que leva o indivíduo a apresentar posturas anormais e descontrole motor ao movimento.
Em entrevista a Fox News bailarina, Sarah Abrusley, recupera movimentos com terapia de aplicação toxina botulínica após ter sofrido Acidente Vascular Cerebral (AVC) apresentando paralisia do lado esquerdo e espasticidade:
A aplicação de toxina botulínica pode ser usada em pacientes que tenham sofrido uma lesão no sistema nervoso central e desenvolveu espasticidade após ser avaliado por médico neurologista especialista no tratamento com toxina botulínica.
Neste caso o objetivo do tratamento é facilitar a reabilitação integral, inibir a hiperatividade muscular e a espasticidade, evitar mudanças reológicas (modificação da viscolasticidade) e flexibilidade, melhora do movimento de arco-reflexo, melhora dos padrões posturais, facilitar o movimento de agarre e alcance, permitir um melhor padrão do movimento funcional com menor gasto de energia, facilitar o uso de tipóias, órteses e outros equipamentos, diminuir a dor e os espasmos musculares.
Aplicação de toxina botulínica na migrânea (dor de cabeça):
Migrânea é uma doença neurológica caracterizada por dor de cabeça com características pulsátil, unilateral (apenas um lado), na região temporal, fronto temporal e ocular, tem duração de 24 a 48 horas, pode ter aura ou não, náusea e vômitos, fotofobia (sensibilidade a luz), hiperacusia (sensibilidade ao som), ocorre 15 ou mais dias por mês, e tem grande impacto na qualidade de vida da pessoa acometida.
A migrânea afeta a qualidade de vida das pessoas. De acordo com o estudo, em 2006, pelo American Migraine Prevalence and Prevention (AMPP) somente 7% dos pacientes com migranea conseguem realizar qualquer atividade sem impacto durante as crises de dor de cabeça.
O tratamento com toxina botulínica visa a prevenção das crises principalmente para aqueles que fazem uso abusivo de medicamentos. Em um estudo importante da PREEMPT de fase III, foram analisados 1384 pacientes submetidos a aplicações com botox e com placebo. Mostrou que aproximadamente 50% dos dias os pacientes não tinham dores de cabeça. E as dores que eram do tipo sevaras passaram a leves.
O tratamento deve ser realizado com avaliação criteriosa de médico neurologista especialista em aplicação de toxina botulínica e associado à mudanças comportamentais e ao uso de medicações orais ou não. O paciente também deve adotar um “Diário de Cefaléia” para o comparativo de evolução do tratamento.
Pontos de aplicação da toxina botulínica na Migrânea:
Vídeo com entrevista do Dr. Mohammad Shoari, médico neurologista da UTHA, fala sobre o uso de toxina botulínica na dor de cabeça:
Para maiores informações sobre tratamento com toxina botulínica na neurologia entre em contato com a Clínica Higashi pelos telefones (21) 3439-8999 Rio de Janeiro ou (43) 3323-8744 Londrina.
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