“Sintomas são na realidade, nada mais do que o choro dos órgãos sofredores” . Jean-Martin Charcot
Jean-Martin Charcot, médico, nascido na França, no ano de 1825 e falecido no ano de 1883. Foi importante professor na Universidade de Paris por trinta e três anos em neurologia, dessa forma, pela suas grandes descobertas na área da neuropsiquiatria ele foi considerado um dos importantes fundadores dessa ciência, foi mundialmente famoso, era médico requisitado pelos principais chefes de estado de sua época. É considerado a grande fonte de espiração e maior fonte inspiração de Sigmund Freud.
Charcot através de suas obras atraiu discípulos que posteriormente se tornaram famosos e grandes ciêntistas como Sigmund Freud Bouchard, Joffroy, Debove, Raymond, Brissaud, Pierre Marie, Pitrè, Bourneville, Gilles de la Tourette, Babinski, Guinon,Souques e Meige.
Seus estudos concernentes mostraram a veracidade dos fenômenos histéricos, dantes vistos pela sociedade como simulações. Abandonou sua posição na Cátedra em meados da fundação da primeira clinica européia de neurologia, criada por ele, na Salpêtrière.
Em sua clinica, com o auxilio dos casos neurológicos que os pacientes apresentavam, levantava dados para utilização nas suas leçons du mardi, as quais eram direcionadas para estudantes da Salpêtrière, através das quais ele passava a diante seus conhecimentos e idéias que tinha sobre as causas destes casos e as possíveis formas de tratamento. Em suas explanações podia-se perceber que o método utilizado por Charcot, no qual analisava diversas vezes a mesma anomalia, para então diagnostica-la e enxergar em que pontos vai além da literatura, era eficiente e diferenciado.
Através deste trabalho, no hospital Salpêtrère, que Charcot demonstrou a eficiência da sua técnica. Ao observar sempre, repetidamente, as coisas que não compreendia nos distúrbios neurológicos, e aprofundou sua impressão delas dia-a-dia e acabava com o passar do tempo alcançando uma compreensão.
Freud “bebeu” da fonte de conhecimentos de Charcot por ser seu aluno deste em Salpêtrière, e um dos fatores que influenciaram as opiniões de Freud, no que se refere aos conhecimentos que ele teve acesso nas leçons du mardi, foi a hipnose. Esta usada como forma de diagnosticar e tratar a histeria, que ele acreditava ser uma resultante doença resultante da conjunção de um sistema neurológico frágil e hereditário, de cunho da mente e da inteligência A partir de 1860 ministra, na Universidade de Paris, a disciplina Anatomia Patológica.
Ele descobriu numerosas enfermidades e síndromes neurológicas como a esclerose lateral amiotrófica, a neuropatia de Charcot-Marie-Tooth, a esclerose múltipla (EM). No seu estudo de atrofia muscular, Charcot descreveu os sintomas da ataxia locomotora, uma degeneração da medula espinhal e dos feixes nervosos dos sentidos. Foi dele também a primeira descrição da desintegração dos ligamentos e das superfícies das juntas chamada de Síndrome de Charcot ou “junta de Charcot”; artropatías dos joelhos, pélvis e outras articulações, causado por ataxia locomotora dentre outras doenças e ferimentos relacionados. Acerca das ataxias, foi dado ressalte às locomotoras, em especial a Ataxia de Friedreich.
Ele foi o pioneiro na condução da pesquisa sobre os centros cerebrais e doenças nervosas. Foi o primeiro a explicar a histeria juntamente com o especial tratamento dado a ela, e o novo enfoque que teve esta doença, no que diz respeito a uma outra visão, mostrada por ele, dela na sociedade. Tratando-a como parte da neuropatologia ele forneceu uma descrição completa sobre a histeria.
Em um determinado ponto de sua carreira, ele acreditou ter descoberto uma nova doença, que ele chamou de “histero-epilepsia”. Os sintomas incluíam convulsões, contorções, desmaios e falha transitória da consciência. Ele, então, apresentou a seus alunos vários exemplos da nova doença durante suas passagens. Entretanto, Babinski convenceu Charcot de que a histero-epilepsia não era um distúrbio, e sim, que os médicos podiam induzir os sintomas em seus pacientes, logo influenciando na manifestação da doença. Os histero-epilépticos foram separados uns dos outros do hospital e dos membros da equipe que os tinham tratado anteriormente foram movidos para a ala geral, dali em diante os médicos trataram os pacientes ignorando o comportamento histérico e os encorajando a esforçar-se por sua recuperação.
A partir deste trabalho pode-se afirmar que Charcot, graças também à sua impecável formação em medicina, teve primordial importância para a história da histeria, da psicanálise e, principalmente, para patologias neurológicas. É também válido dizer que graças ao seu modo de diagnosticar as doenças mentais, deu grandes contribuições tanto à psiquiatria quanto à psicologia, quando esta estava ainda em formação, contribuiu para esta ciência evoluir, ao influenciar expoentes, e mostrar a importância do estudo de determinadas patologias para que se possa desconstruir teorias antigas ou ir além delas.
É ainda possível mostrar o quão inovador Charcot foi para o seu tempo, mostrando a possibilidade do tratamento de doenças psíquicas com métodos, inovadores à época, como a hipnose. Por fim gostaria de ressaltar a nossa despretensão em pensar que esta personalidade, é Jean-Martin Charcot, está aqui profundamente estudado, ao contrario, e ainda sua vida e contribuições estão longe de serem esgotadas.
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