De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2016, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 18,4 milhões de brasileiros, com mais de 18 anos, apresentam colesterol alto, o que representa 12,5% da população adulta. Esse é um grande desafio, já que as doenças cardiovasculares são as principais causas de mortes no mundo, vitimando mais de 17 milhões de pessoas por ano, número que deve crescer para quase 24 milhões até 2030, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo esse levantamento (2016) o elevado nível de colesterol já é responsável por mais de 2,5 milhões de mortes no mundo.
Para se ter uma ideia, ao diminuir 40mg/dl do LDL, que é colesterol ruim, ocorre uma redução de 29% na incidência de Infarto do Miocárdio e 31% na incidência de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Contudo, isto não significa que pessoas com colesterol elevado devam usar medicação pois, a primeira medida para o controle do colesterol não é medicação e sim a mudança de hábito – exercício físico e reeducação alimentar, entretanto, em pacientes de alto risco de infarto, seu uso pode ser necessário junto com as outras medidas de mudança de hábito, cada caso deve ser avaliado individualmente.
Apesar de não ser tão conhecida quanto outras especialidades médicas, a nutrologia é a especialidade dentro da medicina que estuda, pesquisa e avalia os benefícios e malefícios causados por erros da alimentação e, com isso, o médico nutrólogo, irá agir na prevenção e tratamento do desequilíbrio do colesterol, ou seja, aumentar o colesterol bom que é o HDL e diminuir o colesterol ruim que é o LDL.
As estatinas são as medicações mais utilizadas para controlar o colesterol. Apesar delas serem amplamente utilizadas e eficazes para abaixar o índice/nível de colesterol, aproximadamente 30% dos pacientes que fazem uso destas medicações sofrem de um efeito colateral denominado de miopatia, sendo essa a principal causa de não aderência à medicação.
Os principais sintomas de miopatia relacionados ao uso de estatinas são: desconforto dos músculos da região do glúteo e musculatura da coxa, e os membros superiores como os músculos do ombro e do peitoral, que podem estar associados ou não à fraqueza muscular e câimbras. Estes sinais e sintomas acontecem pois, as estatinas promovem o aumento excessivo de cálcio para o interior da célula muscular, que entram em morte programada. Tal fenômeno é denominado apoptose. Vale ressaltar que, mesmo que a medicação seja suspensa, os sintomas podem persistir por até quatro semanas. O médico deve acompanhar essa evolução através da melhora clinica e de exames bioquímicos de perda muscular – o CPK.
Os riscos dos efeitos colaterais causados pelo uso de estatinas ocorrem principalmente em pessoas do sexo feminino, idosos, magros, com elevado nível de açúcar no sangue, que fazem exercício intenso, que fazem uso de álcool regular, com hipotireoidismo, com deficiência de vitamina D, e quanto maior a dose e mais medicações o paciente utiliza para baixar o colesterol, aumentam as chances de desenvolver a miopatia relacionada ao uso de estatinas.
Em resumo não se pode delegar o controle do colesterol somente ao uso de medicações. É claro que ela auxilia nos casos em que o paciente já faz atividade física, já mudou seu habito alimentar orientado e mesmo assim continua com o aumento significativo do colesterol ruim.
Sobre o Dr. Rafael Higashi – Médico com título acadêmico de mestrado em medicina pela Universidade Federal Fluminense. Com duas especialidades médicas reconhecidas pelo conselho federal de medicina a Nutrologia (registro no CRM: 19627) e a Neurologia (registro no CRM 13728) e especialização em tratamento da dor pela Universidade de Nova York (NYU Medical Center) e Tratamento do Envelhecimento (Cenegenics Medical Institute – EUA) com diversos artigos publicados em revistas médicas Internacionais e Nacionais. Hoje se dedica a sua Clínica privada buscando sempre o equilíbrio global do organismo.
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