A cefaléia em salvas é caracterizada como uma desordem neurológica que acomete cerca de 0,01% a 0,05 % da população mundial. É a dor de cabeça mais intensa que existe, unilateral (apenas um lado da cabeça), normalmente na região temporal, orbital e supra-orbital durando cerca de 15 minutos a 3 horas podendo ocorrer 8 vezes por dia, durante 3 a 10 semanas. As crises ocorrem com frequência de uma a oito crise a cada dois dias. Sua intensidade maior é durante as primeiras horas do sono.
Conhecida também como “cefaléia suicida”, estudos mostram que 55% dos pacientes já tiveram alguma experiência suicida. Afeta mais os homens do que as mulheres, na proporção de aproximadamente 20 homens para 1 mulher.
Os sinais associados a cefaléia em salvas são: lacrimejamento, injeção conjutival (purido), congestão nasal, rinorréia (corrimento no nariz), sudorese facial, miose (constricção da pupila), ptose (pálpebra caída), edema palpebral, rubor, náusea e mal estar, emocionalmente sente ansiedade, estresse, frustração, depressão, tentativas suicidas, desamparo. Os sintomas começam a se manifestar por volta de 20 a 40 anos.
A cefaléia em salvas se classifica em dois tipos:
Episódica (90% dos casos): dura de 4 a 12 semanas, depois vem o período de remissão, livre da dor, que pode durar meses ou anos
Crônica (10 % dos casos): os períodos de remissão são de apenas 1 mês ou não acontecem.
A causa exata da cefaléia em salvas é desconhecida, mas existem várias teorias. A mais aceita pela comunidade médica e científica é que o Hipotálamo (região do cérebro de mamíferos responsável pelo controle do sistema nervoso autonômico, emoções, comportamento e controle do relógio biológico do corpo) fica super estimulado durante as crises, ou seja, há uma grande liberação de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina) nesta área estimulado as células nervosas. A estimulação das células nervosas leva a dor, as artérias se tornam mais largas pressionando os tecidos próximos. Há um grande processo inflamatório e irritabilidade na área de ocorrência da dor.
O vídeo abaixo mostra como é um ataque de cefaléia em salvas:
Existes fatores externos que podem deflagrar as crises da cefaléia em salvas:
– Consumo de bebida alcoólica
– Químicas com cheiros fortes
– Calor e mudanças bruscas de tempo
– Aumento de altitude
– Fumantes
– Alimentos gordurosos.
Outro fator importante é uma avaliação precisa e detalhada por médico neurologista especialista em dor de cabeça para avaliar e diagnosticar o tipo de dor de cabeça e aplicar a terapia adequada. Abaixo quadro com as diferenças de localização da dor em crises de dor de cabeça:
O tratamento da cefaléia em salvas tem caráter preventivo, evitando as crises, os surtos e poder cortar as crises quando presentes. O tratamento medicamentoso preventivo pode ser administrado com várias opções de medicações diferenciadas como verapramil, lítio, corticosteroides, topiramato. No entanto, estudos mostram que a administração do sumatriptano tem tido maior eficácia no controle das crises. Estudo feito em 1995, com 138 pacientes demonstrou que houve o alivio das crises em 15 minutos por 96% dos pacientes, sem efeitos colaterais.
Pode ser feito também procedimento médico de técnica especial de injeção no nervo occipital para bloqueio da dor.
Outra forma de tratamento para controle das crises de cefaléia em salvas é a administração de oxigênio a 100% durante os episódios de crises. É colocada uma máscara facial no paciente e mantido um fluxo de 7 a 8 litros de oxigênio por minuto, com o paciente sentado e levemente inclinado para a frente, apoiando seus cotovelos sobre as coxas. O paciente deve respirar normalmente, não deve hiperventilar. Administrado da maneira correta em 20 minutos as crises podem diminuir em 90%.
O oxigênio tem efeito vasoconstritor que leva a uma hipoperfusão cerebral. Os pacientes com cefaléia em salvas tem sensibilidade anormal dos quimiorreceptores, o que é revertido pela terapia de oxigênio.
Foto da Clínica Higashi, exemplo de tratamento da cefaléia em salvas. Paciente de estar com venda devido a fotofobia, sentado e com os cotovelos apoiados nas coxas, respiração deve ser normal com a máscara posicionada entre o queixo e nariz.
Todo o tratamento da cefaléia em salvas deve ser discutido com médico neurologista especializado para determinar a medicação, dose, ajustes, periodicidade e efeitos colaterais comuns. A escolha da melhor terapia para controle das crises deve ser decidida entre médico e paciente.
Para maiores informações sobre o tratamento da cefaléia em salvas entre em contato com a Clínica Higashi pelos telefones (21) 3439-8999 Rio de Janeiro ou (43) 3323-8744 Londrina.
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